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12 outubro 2011

Cazuza pode ganhar homenagem no Rock in Rio 2013

Em entrevista do G1,o organizador do Rock in Rio,Roberto Medina adiantou que o cantor Cazuza poderá ganhar uma homenagem no Rock in Rio 2013,assim como aconteceu com o Legião Urbana esse ano.
Veja a entrevista completa abaixo:


G1 — Qual o balanço que você faz do festival?
Roberto Medina —
O festival superou minhas expectativas em muitos aspectos. Com exceção do primeiro Rock in Rio, nunca senti níveis de receptividade e agradecimento do público tão grandes. As pessoas estão realmente felizes por terem passado aqueles momentos de alegria e de terem vibrado tanto. Acho que esse sentimento passou também para os artistas, porque a performance de cada grupo foi única.
G1 — Na sua opinião, quais foram os maiores destaques no Palco Mundo?
Medina —
Gostei especialmente do Stevie Wonder, mas sei que existe uma interferência pessoal aí. Porque gosto dele independentemente de qualquer coisa. Mas acho que ele foi muito bem. Fiquei impressionado como ele conquistou a juventude, que não o conhecia. Isso mostra que vale apostar em pessoas que não aparecem na pesquisa de opinião. Gostei também do Coldplay, foi um momento espetacular. O Slipknot deu um show de performance. Já tinham tocado em Lisboa e Madri, mas aqui eles explodiram. Aliás, o dia do metal foi redondíssimo. As pessoas se divertiram, estavam felizes. E o Metallica foi espetacular. Entre os nacionais, o Capital Inicial fez um show antológico. Jota Quest e Skank também foram espetaculares. Foram só surpresas positivas.
G1 — E no Palco Sunset?
Medina —
O Mondo Cane (show de Mike Patton com a Orquestra Sinfônica de Heliópolis) eu já tinha visto. Vi de novo e achei espetacular. Também gostei da Joss Stone. Mas não consegui assistir a tudo. Vi alguma coisa pela televisão. Verei o resto em vídeo. Mas o Palco Sunset “pegou”. As pessoas amaram, virou um palco importantíssimo e com artistas importantíssimos. Está aprovadíssimo.

G1 — A área VIP também será mantida?
Medina
— Sim, mas com mil pessoas a menos por dia (a capacidade foi de 4 mil nesta edição). Ali houve um erro de dimensionamento meu.
G1 — Que momento considera inesquecível nesta edição?
Medina —
A abertura dos portões. Me emociono sempre, mas nunca chorei. Eu era mais durão. Mas nesse dia eu não aguentei. Voltar pro Rio é uma emoção. O Rio é tudo pra mim. Eu amo o Rio de Janeiro. O Rio me emociona. Antes de ser brasileiro, sou carioca.
G1 — O que ficou abaixo das expectativas?
Medina —
O último dia. Não apenas porque o Axl Rose atrasou novamente, mas houve um problema de som também. E chovia muito. Não fossem esses erros, teríamos feito as coisas mais dentro do horário. E o Elton John, que fez um show espetacular em Portugal há menos de um ano, não estava vibrando. Isso acontece. Você, às vezes, está mal num dia. Nós todos temos isso. Mas achava que o Elton John ia explodir. E não aconteceu. Ele fez um show profissional, correto, mas não estava com a emoção à flor da pele como os outros artistas do Palco Mundo.
G1 — E com relação ao atraso do Axl Rose?
Medina —
Pois é, eu não quero mais ter esse estresse. É tanta coisa para a gente se preocupar... é um artista que eu adoro e que me estressa. Não quero ter mais este problema. Não preciso ter esse problema. Já fiz tudo o que eu podia com ele: foram duas vezes na Europa. Aqui, em 1991, 2001 e agora. Mas não posso ficar dependendo do humor de um artista. Isso não dá.
G1 — Parte do público queixou-se muito das filas e da segurança, principalmente na primeira semana de festival.
Medina —
Segundo a polícia, o número de furtos em relação ao número de pessoas foi insignificante. Foram 570 furtos. Mas muitos deles foram, na verdade, perdas. E, desses 570, 520 foram recuperados. Tinha de tudo: carteira, telefone... então houve uma confusão. Depois que colocamos o estado de forma ostensiva dentro do Rock in Rio, praticamente zeramos esse problema. Sobre a limpeza, temos que continuar a campanha para que as pessoas joguem o lixo na lata de lixo, senão é impossível. Por mais lata de lixo que você coloque, as pessoas não usam. Isso não acontece em Portugal ou na Espanha. Outra coisa que arrumamos para o segundo fim de semana foi a limpeza permanente. Ela não pode ser uma limpeza “antes e depois”. Porque o cara sente o ambiente mais limpo e não joga nada no chão. Claro que chega um momento em que as pessoas estão juntas e você não pode limpar. Mas acho que até às 18h, 19h, isso ainda é possível.
G1 — E as filas para a alimentação?
Medina —
Basicamente o problema foi com o Bob’s. Ele tinha uma fatia muito grande de operação do Rock in Rio, coisa que agora eu vou diminuir. Outra coisa é que esta operação não funcionou. No segundo fim de semana, eles arrumaram isso. Independentemente disso, dividindo você tem uma pulverização de risco e de erro.

G1 — Quais serão os ajustes para 2013?
Medina —
Vou aumentar o intervalo entre os shows. De 20 minutos vou estender para 40. Também vou diminuir um show no Sunset, porque a operação estava difícil. A logística ali é muito pesada. O que também é bom, porque as pessoas querem mais tempo para se divertir.
G1 — Já pensa em novidades?
Medina —
Quero transformar a Rock Street em algo com a cara da Portobello Road, de Londres, sob o mesmo conceito deste ano. Sem as barraquinhas, porque não tenho como colocá-las em um festival de rock, mas com uma livraria, aquelas cabines telefônicas britânicas antigas e postes de luz floridos. Estou "viajando" um pouco nesta ideia. Outra coisa que quero fazer é um palquinho chamado Street Dance, com hip hop. Não é um palco formal. Lá você vai ter grupos de hip hop nacionais e internacionais, com show de 20 minutos a cada uma hora. Será um palco baixo, com cerca de um metro de altura. Estou empolgadíssimo com este projeto. Já estou adiantado.
G1 — E com relação à escalação do festival?
Medina —
Queria Bruce Springsteen e Iron Maiden. E já estou correndo atrás. Bruce não vem há muitos anos. Ele está fora da mídia, mas acho que vai arrebentar aqui. E o Iron Maiden porque acho que foi um dos melhores shows de metal do Rock in Rio. Também acho legal criar um show como foi o do Legião Urbana. De repente Cazuza seria um caminho fantástico. Além de ter um repertório incrível, ele tem muito a ver com o Rock in Rio. Ele fez um show histórico na primeira edição. E talvez seja ainda uma enorme inspiração.

G1 — Já faz ideia de qual outro país latino-americano vai abrigar o Rock in Rio?
Medina —
Estou conversando com a Colômbia, que é um projeto menor. Estive com o presidente Juan Manuel Santos, que adorou. Mas você tem que ter uma participação da prefeitura, e um novo prefeito será eleito em janeiro. A atual prefeita de Bogotá, Clara López, que é incrível, viboru com o projeto, mas infelizmente não pode fazer nada agora. Ela precisa esperar esse novo prefeito entrar.
Tem também o México, que é um país das dimensões do nosso. Estou conversando com meios de comunicação e já falei com alguns patrocinadores. A imprensa mexicana está cobrindo muito o que acontece aqui. E eles já sabem que eu tenho essa vontade. Seria para 2013, ano em que volto para o Brasil. Não sei se eu consigo, pois existe um ritual que eu vou precisar cumprir: descobrir o local, esperar o governo fazer os investimentos de infraestrutura etc.
Fora da América Latina, estou conversando com os Estados Unidos. Além disso, também estive com o prefeito de Londres e ele me disse que pensa em aproveitar alguns espaços que serão deixados depois das olimpíadas e tentar adaptar uma Cidade do Rock. E a Rússia, que quer fazer uma espécie de franquia.

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