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05 junho 2011

sem brilho,sem felipe mello,sem gols mais com vaias

brasil x holanda neymar (Foto: Agência Reuters)

A torcida que foi ver Brasil x Holanda gritou muito em Goiânia, neste sábado, principalmente quando Neymar tocava na bola. Mas o grito mais importante ficou preso na garganta: o de gol. A Seleção Brasileira esbarrou no desentrosamento e na força da Holanda, atual vice-campeã mundial, não saindo do 0 a 0 no Serra Dourada. O resultado levou a outro tipo de grito ao fim da partida: as vaias e até a um coro de 'timinho' - ainda que no intervalo, parte da arquibancada já tivesse demonstrado sua insatisfação.

Se não era uma chance de revanche contra o algoz da Seleção nas quartas de final da Copa da África do Sul, o amistoso era ao menos uma boa oportunidade de ver Neymar em ação. Mas o jogo frustrou os 36 mil torcedores presentes ainda que tenha servido para Mano Menezes fazer suas observações.

Além da boa marcação adversária, o time de Mano esbarrou num inimigo íntimo: a simulação. Se Neymar conseguiu iludir o juiz e arrumar um amarelo para De Jong logo no início, em um lance que sequer houve contato, o castigo veio mais tarde. Após tentar cavar uma falta, Neymar foi advertido com amarelo - Lucas, o jovem meia-atacante do São Paulo, também acabou 'premiado' em lance semelhante. Mas pior mesmo foi para Ramires, expulso pelo árbitro Carlos Amarilla ao levar o segundo amarelo após fazer falta em um rival. Antes de deixar o gramado, o volante brasileiro foi para cima do árbitro e, aparentemente, o ofendeu verbalmente.

Dentro de campo, vale ressaltar uma marca importante atingida pelo zagueiro Lúcio: 100 jogos com a camisa amarelinha. E não menos importante será a despedida de Ronaldo, campeão mundial em 2002 e o jogador que mais gols fez em Copas do Mundo (15), na próxima terça-feira contra a Romênia, no Pacaembu, em São Paulo.


Começo de jogo tenso


Sim, era um amistoso, mas os resquícios do recente encontro pela Copa do Mundo apimentaram o clássico desde o início. Logo de cara, Ramires levou entrada dura de De Jong . Mais adiante, o próprio volante brasileiro acertou Robben. Não à toa, o número de cartões amarelos no primeiro tempo (três) foi alto para um jogo classificado como 'amigável'.

A tensão maior, na verdade, era da Seleção Brasileira. Talvez pela pressão de ter de mostrar um bom futebol diante de sua torcida. Erros bobos de passe marcaram o jogo do Brasil na etapa inicial. E deram à Holanda espaço para levar perigo ao gol de Julio César, o destaque verde e amarelo nos primeiros 45 minutos.

 
Vaias e pedidos por Lucas

Quando as jogadas brasileiras passavam pelos pés de Neymar e Robinho, até era possível ver algo diferente, uma tentativa mais ousada, um drible... Mas a falta de um armador de origem pesou. E muito. Tanto que a torcida pediu a entrada do garoto Lucas, do São Paulo, ainda com o primeiro tempo em andamento.

Foram apenas dois os lances de perigo do Brasil na etapa inicial. Um gol bem anulado de Ramires, após tabela de Neymar com Robinho. E um chute do volante de fora da área. Os holandeses ameaçaram com arremates de fora da área de Affelay. Insatisfeita, a torcida de Goiânia, que apoiou bastante nos treinamentos durante a semana, não perdoou e vaiou o time de Mano Menezes.

 

Brasil volta melhor no 2º tempo

O técnico da Seleção Brasileira não cedeu à pressão da torcida. Voltou para o segundo tempo com a mesma formação. Mas a postura dos jogadores melhorou. Elano, por sinal, resolveu aparecer mais. Neymar também. O garoto levou os torcedores à loucura com duas boas finalizações. Pena que o goleiro Krul salvou.

Só que os goianos queriam mesmo era ver o são-paulino Lucas em campo. E pediram sua entrada mais uma vez aos seis minutos. Sem mudanças, a impaciência da torcida só aumentava. E aos nove sobrou para Fred. “Tira o Fred, tira o Fred” era o grito da galera, que logo na sequência seguiu pedindo o garoto Lucas.

Mas a postura ofensiva do Brasil transformou a impaciência dos torcedores em euforia. Neymar tentou, Robinho arriscou, Fred cabeceou... E a Holanda recuou. Pressionada pela rapidez brasileira, a equipe europeia se assustou. Até porque a Seleção finalizou em 15 minutos muito mais do que no primeiro tempo inteiro.

Aos 18 minutos, Mano atendeu ao pedido da torcida por Lucas e sacou Elano. O garoto, empolgado, chamou o jogo. Levantou o braço, pediu a bola e foi para cima dos holandeses. Aos 29, o técnico atendeu outra solicitação dos torcedores, tirando Fred para entrada de Leandro Damião. O jogador do Fluminense saiu vaiado.

Expulsão de Ramires breca ‘jogo bonito’


Uma pena que uma entrada dura de Ramires em Robben, aos 32 minutos, brecou a ascensão do Brasil na partida. Como já tinha cartão amarelo, o árbitro paraguaio Carlos Amarilla aplicou o cartão vermelho.

Mesmo com um a menos, a Seleção Brasileira ainda teve chance de inaugurar o marcador com uma bomba de fora da área de Sandro, aos 38, que acabou sendo bem defendida por Krul. Nos minutos finais, a equipe controlou a partida e segurou o 0 a 0 em seu debute nacional na era Mano.


brasil 0 x 0 holanda
Julio César; Daniel Alves, Lúcio, Thiago Silva e André Santos (Adriano); Lucas Leiva (Sandro), Ramires e Elano (Lucas Silva); Robinho (Elias), Neymar e Fred (Leandro Damião). Krul; Van der Wiel (Boulahrouz), Heitinga, Mathijsen e Pieters; De Jong (Maduro) e Strootman (Schaars); Robben, Affelay e Kuyt (Elia); Van Persie (Huntelaar).
Técnico: Mano Menezes Técnico: Bert van Marwjik
Cartões amarelos: Ramires, Daniel Alves, Lucas Silva, Lúcio, Neymar (BRA); Van der Wiel, Heitinga (HOL). Cartão vermelho: Ramires (BRA)
Estádio: Serra Dourada, Goiânia (Brasil). Público: 36.449. Renda: R$ 3.120.625,00. Árbritro: Carlos Amarilla (Paraguai). Assistentes: Rodney Aquino (Paraguai) e Cesar Franco (Paraguai)

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