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01 maio 2011

Bahia vence mais Vitoria passa a final

De tirar o fôlego. O clichê resume perfeitamente a partida. Não teve vantagem rubro-negra que acomodasse o Vitória ou que assustasse o Bahia. Quem estava no estádio Manoel Barradas pôde assistir a um futebol trincado, aguerrido e emocionante no triunfo tricolor por 3 a 2 sobre o arquirrival Rubro-negro. Apesar da vitória dentro de campo, o Bahia, que precisava vencer por pelo menos dois gols de diferença, foi eliminado do estadual.
Em um jogo que deu gosto de ver, o Vitória não se acomodou com a situação confortável e lutou pela vaga nas finais do Campeonato Baiano como o Leão que lhe serve de mascote. Por outro lado, o Bahia não se intimidou com a casa adversária e correu atrás do resultado que lhe favorecia até os 50 minutos do segundo tempo.

Com gols de Geovanni e Neto Baiano, o Rubro-negro avançou no estadual. Marcone fez dois pelo lado tricolor e Souza fechou o placar, com gol de pênalti.

Toma-lá-dá-cá no primeiro tempo

Nos primeiros três minutos de jogo, já era possível saber o que estava pela frente. Antes de o relógio completar 60 segundos, o meia-atacante Nikão avançou pela direita e bateu: a bola passou por cima do travessão de Omar. No minuto seguinte, a resposta veio com o primeiro tento tricolor: após um bate-rebate na grande área, Marcone chutou cruzado e mandou para o fundo das redes. Viáfara nem se mexeu embaixo dos três paus.

Aos 7 minutos, o Bahia ameaçou fazer o segundo, mas o goleiro colombiano salvou o Leão. Após uma bela triangulação de Marcone, Ávine e Souza, o atacante recebeu na pequena área, na cara do gol: Viáfara defendeu.

A partida seguiu veloz, com toques de bola rápidos. Os dois times tinham pressa para definir a vaga nas finais do Baianão. Aos 18 minutos, Geovanni perdeu a chance de empatar, mas, quatro minutos depois, não deixou barato. Danny Morais travou Nino Paraíba na grande área e o árbitro Wilson Luiz Seneme marcou pênalti. O meia-atacante Geovanni converteu.

Foi o que bastou para que a arquibancada tremesse com a cantoria da torcida rubro-negra, que lotou o Barradão. Os torcedores gritavam a plenos pulmões, empurrando o Vitória dentro de campo.

No entanto, apesar da pressão das arquibancadas, o Tricolor tentou reagir: aos 23, Maranhão invadiu a grande área livre de marcação e chutou de esquerda. A bola saiu pela linha de fundo.

Aos 25, o técnico Antônio Lopes mudou o esquema do Leão. Mineiro, machucado, saiu para dar lugar a Neto Baiano, que passou a acompanhar Nikão no ataque rubro-negro. No meio do calor da partida, sobrou até para o gandula: um dos respositores foi substituído por atrasar a devolução das bolas.

Com o gol e a mudança tática do Vitória, o Bahia perdeu o gás. Com dificuldades na saída de bola e menos liberdade no jogo, o Tricolor não conseguiu virar no primeiro tempo. Aos 43 minutos, o visitante ainda tentou marcar: após cobrança de lateral, Souza, de cabeça, mandou para Titi na grande área. A bola caiu no pé errado do zagueiro, que mandou a pelota pela linha de fundo.

Mais 50 minutos de luta acirrada

Parecia replay. A segunda etapa começou igualzinha à primeira. Logo no primeiro minuto, gol do Bahia. E que gol! De fora da grande área, Marcone chutou e mandou no ângulo direito de Viáfara. Na arquibancada, a torcida tricolor comemorava a vantagem e a postura da equipe, com os bandeirões que tremulavam incessantemente. Em seguida, a trave salvou o Tricolor do empate.

Jogo pegado é bom para quem assiste, mas, geralmente, tem consequências para quem está em campo. Aos 7 minutos, Nino Paraíba cometeu falta em Lulinha na intermediária e caiu no chão, machucado. Além da lesão, o lateral foi penalizado com cartão amarelo, e saiu de campo carregado, sentindo o tornozelo esquerdo. Em seu lugar, entrou Leo.

Precisando de mais um gol para se classificar às finais, o Bahia foi para cima. Aos 13 minutos,
Jancarlos cobrou falta fora da grande área e Viáfara defendeu sem dar chance de rebote.

Dois minutos depois, Elkeson recebeu livre na grande área, mas pegou mal e perdeu a chance de empatar.

Observando a postura ofensiva do rival, o Vitória não demorou para deixar tudo igual. Aos 24, Neto Baiano recebeu cruzamento da direita, e, de pé esquerdo, mandou para o fundo do gol. Na arquibancada, o uma enorme bandeira rubro-negra cobria os torcedores, que pulavam ensandecidos sob o pano.

No esquema toma-lá-dá-cá, o lateral-direito Marcos, que havia entrado no lugar de Jancarlos, recebeu passe de Souza e bateu direto. Bola pela linha de fundo. No minuto seguinte, Souza, afoito, correu para dominar a bola, mas, na disputa com Viáfara, levantou a perna direita e atingiu o arqueiro colombiano. Seneme não titubeou e puniu o atacante com cartão amarelo.

Mas as emoções não pararam por aí.O clima esquentou e sobrou vermelho para o zagueiro Titi, que cometeu falta em Rildo aos 46.

Vendo a vaga na decisão escorrer entre os dedos, o Bahia lutou até o apito final, mas o dono da casa fez valer sua vantagem. Aos 47 minutos, Lulinha foi para cima para arriscar a jogada individual. Eduardo Neto se chocou com o meia tricolor e Seneme marcou pênalti a favor do visitante. Souza cobrou e selou o placar: 3 a 2 para o Bahia.

Apesar da derrota, os torcedores do Vitória foram à loucura no Barradão. Ao fim da partida, só era possível ver camisas rubro-negras sendo giradas em ritmo frenético nas arquibancadas, á espera da decisão que pode dar ao Leão um pentacampeonato estadual inédito. Em campo, os atletas rubro-negros dançavam e cantavam para as câmeras uma música de pagode de uma banda baiana: "Chore na minha", entoavam os jogadores.


VITÓRIA 2 X 3 BAHIA
Viáfara; Nino (Léo), Alison, Reniê e Eduardo Neto; Uelliton, Esdras e Mineiro (Neto Baiano); Nikão (Rildo), Geovanni e Elkeson Omar; Jancarlos (Marcos), Danny Morais, Titi e Ávine; Marcone, Camacho, Ramon (Tressor Moreno) e Lulinha; Maranhão (Maurício) e Souza
Técnico: Antonio Lopes Técnico: René Simões
Gols: Marcone aos 3'; Geovanni aos 22' do primeiro tempo; Marcone a 1', Neto Baiano aos 24' e Souza aos 47' do segundo tempo
Cartões amarelos: Marcone, Souza (B); Nikão, Nino, Esdras (V)
Cartões vermelhos: Titi (B)
Local: Estádio Manoel Barradas
Data: 01/05/2011
Árbitro: Wilson Luiz Seneme (Fifa/SP)
Assistentes: Roberto Braatz (Fifa/PR) e Emerson Augusto de Carvalho (Fifa/SP)

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