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02 maio 2011

Ayrton uma lenda que jamais será esquecida





Há 17 anos o Brasil perdia um ídolo, um marco de uma era, um mito. A nova geração não pode presenciar esse fenômeno do automobilismo, gerações mais antigas viram e podem contar o que foi ligar seus televisores domingo após domingo para torcer para Ayrton Senna. Para alguns jovens Ayrton pode não passar de um ex-piloto famoso, de um tricampeão, como Piquet e Lauda. Para os mais velhos, talvez, seja uma conseqüência do ótimo Emerson e do que o Brasil já havia construído no automobilismo. Para toda uma geração, que hoje tem cerca de 30 anos, este sujeito foi o ídolo maior de um país. A morte mais dolorida de alguém que você sequer conheceu. O domingo mais triste da história de um país.

Aquele sujeito corajoso, ousado, com a postura de vencedor que contradiz o jeitão brasileiro de ser, deixava de erguer nossa bandeira aos domingos pro mundo todo aplaudir. Era nosso orgulho, nosso filho mais querido, havia quem não gostasse claro, mas eram raros, ainda são, pois sempre irão existir faz de Piquet dizendo que o mesmo foi mais piloto do que Ayrton.

Ayrton ultrapassou o limite entre um ídolo do esporte e um ícone nacional. Era um exemplo ao brasileiro de que não éramos os “coitadinhos”, que nem sempre foi bem aproveitado. Vencia na marra, perdia buscando seu limite. Errava, acertava, mas se bancava. O que prometia fazer fazia. Não engolia qualquer ordem, não aceitava condições e foi buscar através de talento e força de vontade um lugar de destaque dos mais difíceis já vistos na F-1. Chegar lá e bater seu companheiro é pra muitos. Ganhar de um companheiro mais forte, pra poucos. Desbancar um campeão mundial como Alain Prost, ganhar a equipe e se tornar o principal piloto com ele do lado, não é pra qualquer um. E ele fez. Talvez por ter existido Senna, cobrem tanto de Rubens e Massa. Talvez não. É óbvio que sim. Muito confiam mais em Tony Kannan, Helio Castroneves pilotos da Formula Indy do que Rubens e Felipe.

Jamais imaginaria do Ayrton uma atitude como a de deixar o companheiro passar na última curva e se fazer de vítima no pódio. Ele não faria. Ganharia a corrida, seria demitido, brigaria com o mundo… mas coitadinho, jamais. É o antibrasileiro, paixão do povo que adora ser coitado, e que nunca aceitou esta condição.

Comentarista, dono de equipe, manager do Bruno, empresário, presidente da república, técnico do Corinthians, comentarista da Globo, vendedor de maça na feira, ele estaria fazendo com brilhantismo.

Parou o mundo com sua morte. Fez jovens e senhores, juntos, sentarem na calçada chorando a perda de um desconhecido aqui no Brasil. Seu caixão passou para todos aplaudirem. As empresas pararam as pessoas saíram nas ruas e não teve um hipócrita pra dizer: “Onde já se viu? Pra que tudo isso?”. Hoje, pra qualquer outro, teria.Para Senna, não teve. Foram dias de verdadeiro velório nacional. Ver as pessoas, ricas ou pobres, na rua com uma bandeirinha nas mãos saudando a última passagem dele, que lentamente, incoerente a sua vida, passava por nós nas avenidas de São Paulo.

Ayrton foi o que jamais tivemos o que jamais teremos novamente e um exemplo mal aproveitado.Nos ensinou que não somos inferiores, e que podemos, desde que não aceitemos qualquer coisa. Ensinou, ensinou, ensinou, e poucos aprenderam.

Hoje seria um domingo qualquer. Já sem ele nas pistas, mas, não tão longe de todos nós.

Mas, quis a vida que fosse assim. Talvez para que nos lembrássemos com mais força e saudades deste sujeito especial. Talvez porque ele era demais para o mundo em que vivemos. Ele se foi, deixou mais do que precisava, mais do que devia, e uma gigantesca nação de “viúvas”. Eternamente gratos pelos momentos mágicos de alegria e orgulho aos domingos de manhã, aquelas lágrimas de 1994 não secaram para muitos até hoje.

Não terá outro ídolo com Ayrton, porque sua mistura de talento, personalidade, postura e carisma não permitem.

Ayrton veio num momento de crise e ditadura nacional, o país não conquista mais nada no futebol, passa Copa entrava Copa e o Brasil era eliminado Pelé já havia parado, Ayrton veio no momento certo para animar o povo que não tinha muito que se alegrar viveu Romance com celebridades se tornou ícone mais sempre ajudava os necessitados sonhava com instituto Ayrton Senna não pode ver seu legado se faz, uma curva de Imola o tirou dessa nação e desse mundo. Onde estiver, provavelmente no lugar mais alto do pódio, espero que esteja feliz, bem e que receba todo carinho deste povo, que mais de 15 anos após sua partida, ainda lembra-se de você todos os dias com enorme saudades.

“O fato de ser brasileiro só me enche de orgulho”, disse Senna, numa entrevista.

E nós dizemos o mesmo, campeão.

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