Parcerias

28 abril 2011

Inter sofre mais empata com Penarol

Falcão elogia o desempenho do Inter: 'Eu não aceito jogar atrás'

Há noites em que é preciso vencer por 1 a 1. Há jogos em que uma bola mascada, desviada na zaga, vale mais do que golaço do meio-campo. Há situações em que uma igualdade tem sabor de doce de leite uruguaio, é apetitoso feito uma carne do Pampa. Chamar de empate o que aconteceu nesta quinta-feira, em um Centenário enlouquecido com a torcida do Peñarol, é simplificar a importância (e a sorte!) do Inter. Valeu como vitória esse 1 a 1 em Montevidéu.
Valeu muito, em grande parte, porque o Inter não teve uma atuação das melhores. No primeiro tempo, foi muito mal. Na etapa final, renasceu. Corujo fez o gol do Peñarol. Leandro Damião marcou para o Inter.

O resultado aproxima o time de Paulo Roberto Falcão das quartas de final da Libertadores da América. Basta uma vitória na próxima quarta-feira, no Beira-Rio. Até o empate, desde que por 0 a 0, serve. Os carboneros buscam a vitória ou empate por mais de dois gols. Novo 1 a 1 leva a decisão aos pênaltis. O classificado enfrentará Grêmio ou Universidad Católica nas quartas.
Antes, o Inter tem um Gre-Nal certo, mas pelo Gauchão. No domingo, decide o returno do Estadual no Beira-Rio.
Grandeza contra um grande
No meio daquela imensidão em amarelo e preto, uma faixa avisava: “Simplesmente o maior”. Perto dela, havia outra: “Muitos são grandes. Só um é gigante”. Ali estava o resumo de um clube em busca do repeteco de seus melhores tempos. A multidão que foi ao Centenário tinha um plano em comum: apoiar os carboneros contra o atual campeão da América. No primeiro tempo, deu certo. O Peñarol foi superior e, com justiça, abriu 1 a 0.
A beleza da entrada do time uruguaio em campo, com a torcida em surto, soltando rojões, ligando sinalizadores, foi proporcional às dificuldades do Inter na etapa inicial. Problemas, problemas e mais problemas: a zaga começou o jogo titubeante e jamais deixou de ceder espaços, quase sempre por seu lado direito; o meio foi caçado com eficiência; o ataque pouco produziu. Apesar de não ter sofrido uma daquelas pressões incessantes, que avisam que um gol sairá a qualquer piscar de olhos, o Inter parecia dar um sinal de que, paciência, acabaria vazado. O duro é que poderiam ter saído outros gols.
Renan fez milagres de dar inveja a todos os santos uruguaios. Em cruzamento para a área, Dario Rodríguez errou em bola de cabeça. Martuccio concluiu, e o goleiro abafou para, na sobra, Pacheco emendar com força, com precisão, com toda a pinta de gol. E Renan espalmou. Incrível. O Centenário não podia crer.
O Peñarol seguiu insinuante, muitas vezes com Mier, meia habilidoso, outras tantas com Corujo, de boa chegada. O Inter retrucou com chutes de longe: um cruzado de Rafael Sobis, dois de Nei, uma falta de Andrezinho. Pouco, muito pouco, bem menos do que a jogada arquitetada pelos carboneros no terço final da etapa. Martinuccio apareceu pela esquerda, livre, e mandou para a área. Corujo, com uma solidão incompatível com a pequena área, desviou para o gol. Não teve Renan que salvasse. Paulo Roberto Falcão, quase como um reflexo, olhou para o relógio. Eram 36 minutos.
Falcão buscou soluções. Mas a marcação do Peñarol foi mais eficiente do que a movimentação colorada. D’Alessandro começou o jogo pela esquerda, depois foi para a direita, invertendo com Andrezinho, e aí acabou pendendo de novo para o outro lado. Foi sempre caçado. Por falar em caça, Valdez poderia ter sido expulso por falta cometida em Leandro Damião. Era chance clara de gol. Ele levou só o amarelo.
Santo Damião
O time colorado saiu de campo no primeiro tempo sob gritos da torcida vermelha, presente em bom número no Centenário. Gritos de incentivo. Enquanto ouvia a torcida urrar “Inter, Inter, Inter”, Falcão já pensava no que fazer. E decidia chamar Oscar.
O guri entrou no lugar de Rafael Sobis, discreto no primeiro tempo. O técnico tentou deixar o time mais insinuante na frente. O Peñarol quase aumentou em gol olímpico, mas o Inter também ameaçou, em chute de D’Alessandro, após tabelamento com Bolatti.
Era um jogo estudado, parelho, indefinido, que passava a impressão de precisar de um lance inusitado para ter novo gol. E teve. Oscar armou jogada aos 20 minutos. O lance chegou até Leandro Damião. O chute foi de longe, com desvio fundamental da zaga. A bola encobriu o goleiro Sosa. Por um segundo, todo o Centenário fez silêncio. Gol do Inter! Na comemoração, o centroavante imitou empinar uma pipa.
O estádio entrou em luto. Quase todo, na verdade. “Inter do meu coração”, cantava um pedaço dele. O empate fazia o time brasileiro se sentir em casa. Quanto alívio. Se não foi exatamente justo, azar do Peñarol. Era um resultado que valia ouro!
Os uruguaios sentiram o gol. Não tiveram a mesma vibração. Arriscaram a gol, tiveram escanteios, mandaram bolas na área, mas sem sucesso. Com a torcida irada com o árbitro Carlos Torres, o jogo caminhou até seu final. Grande vitória do Inter. Por 1 a 1...

PEÑAROL 1 X 1 INTERNACIONAL
Sebastián Sosa, Alejandro González, Carlos Valdez, Guillermo Rodríguez e Darío Rodríguez; Matías Corujo, Nicolás Freitas, Luis Aguiar e Matías Mier (Estoyanoff); Antonio Pacheco e Alejandro Martinuccio.Renan, Nei, Bolívar, Rodrigo e Kleber; Bolatti, Guiñazu, Andrezinho (Tinga) e D'Alessandro; Rafael Sobis (Oscar) e Leandro Damião.
T: Diego AguirreT: Paulo Roberto Falcão
Estádio: Centenário, em Montevidéu (Uruguai). Data: 28/04/2011. Árbitro: Carlos Torres (Paraguai). Auxiliares: Rodney Aquino e Santiago Cáceres.
Gols: Corujo, aos 36 minutos do primeiro tempo; Leandro Damião, aos 20 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Valdez, Freitas, Darío Rodríguez, Martinuccio (Peñarol); Tinga (Inter).

0 comentários:

Postar um comentário